terça-feira, 27 de outubro de 2009

Arquitetura neoclássica



O neoclássico é a retomada do Clássico com uma modificação na relação entre a natureza e o homem, onde o homem começa a exercer um domínio maior sobre a natureza por meio da técnica. Para os neoclassicistas, os princípios da era clássica deveriam ser adaptados à realidade moderna o estilo barroco era considerado ‘ falta de gosto’. No Barroco a natureza era integrada a arquitetura como um ornamento, agora essa forma de construir arquitetura foi substituída por uma separação entre o homem e a natureza. Os artistas neoclássicos queriam um estilo lógico. O Neoclassicismo veio por duas razões:
*avanço do homem em controlar a natureza
* mudança na maneira de pensar do homem e as transformações que ocorriam naquele momento que formavam uma nova cultura de acordo com o estilo de vida burguês, mecenas da nova estética. Com isso o estimulo de aumento da produção e novas técnicas. Quando os movimentos revolucionários estabeleceram repúblicas na França e América do Norte, os novos governos adotaram o neoclassicismo como estilo oficial pois relacionavam a democracia com Roma e Grécia.
Os arquitetos procuraram reavaliar a antiguidade sem copiar, foi possível então a realização da obra do arquiteto Giovani Battista Piranesi que defendia a arquitetura em seu mais alto nível através dos etruscos e romanos, essas qualidades adquiriram força graças grandiosidade do que foi construído e tido como exemplo de arte.
Assim temos vários exemplos de arquitetos das novas instituições burguesas que sofreram essa transformação, entre eles está Schinkel que foi influenciado pelo gótico com sua experiência na Itália.
O neoclássico se dividiu em dois, o classicismo estrutural e o Romântico, o primeira se concentrou em obras de fundo social (para a sociedade, hospitais, prisões). O segundo na estética das construções.

Um pouco sobre 'A Cidade e as Serras'

Desde pequeno Jacinto se destacava por
sua inteligencia e sofisticação.
Era conhecido como 'Príncipe da Grã-ventura'
e por seu estilo 'Bon Vivant', acreditando que alguém
só poderia ser feliz quando civilizado.
Sendo civilização o seu conceito atribuído a
cidade grande.
Segundo Jacinto,
a natureza é intensa mas vista a olhos humanos
é muito limitada, porém junto com a tecnologia
oferecida pela cilização você tem a possibilidade
de ir além.
Uma série de incidentes foi aos poucos fazendo com que
jacinto fosse se cansando dessa vida de tanta fartura.

'...Nesta densa e pairante camada de idéias e fórmulas que
constitui a atmosfera mental das cidades, o homem
que a respira, nela envolto, só pensa todos os
pensamentos já pensados só exprime todas as
expressões já exprimidas; ou então, para se destacar
na pardacenta e chata rotina e trepar ao  
frágil andaime da gloríola, inventa num gemente
esforço, inchando o crânio, uma  novidade
disforme que espante e que detenha a multidão...'

José fernandes amigo de Jacindo percebe o tédio com
que o amigo
começa a levar as coisas e o leva para o interior de
Portugal.
Com o passar do tempo Jacinto percebe que a vida
no campo também pode ser 'feliz'.Além de se apaixonar, Aos poucos
vai unindo o 'útil ao agradável' criando possibilidades de adaptar o bom do campo
com a praticidade da cidade chegando a conclusão de que
tanto a cidade quanto as serras tem seu lado positivo assim
como negativo.

Sem dúvidas este livro é um clássico, e com um enredo que
nos entretem e nos leva a pensar no que as cidades e as serras
tem a nos oferecer.Apesar de não ser um livro fácil de ser lido,o autor nos
dá detalhes que nos leva a uma deliciosa 'viagem no tempo', relembrando o vestuário,
os ambientes e os costumes da época.

sábado, 17 de outubro de 2009

Relatório de visita ao Memorial da Repressão -DEOPS

Após um trabalho para a disciplina de sociologia sobre a ditadura militar, comecei a me interessar pelo assunto e fui atrás de mais informações. Descobri que existe um museu sobre o antigo DOPS( Departamento de ordem política e social)/ DEOPS (Departamento Estadual deordem política e social) e a curiosidade era tão grande que eu fui num sábado até lá e claro arrastei o namorado junto para conhecer um pouco mais sobre o local.
Localizado na Estação Pinacoteca, próximo a estação da Luz e da própria Pinacoteca, o Memorial da Resistência é uma reconstituição parcial do que foi o DOPS.


A imagem ao lado foi retirada de um folheto que nós  recebemos assim que entramos no museu.  Este edifício foi projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo para o funcionamento da Administração e depósito da estrada de ferro sorocabana e foi reformado para abrigar o DEOPS em 1939.  É um edifício tombado pelo CONDEPHAAT devido a sua importância histórica e arquitetônica.
A planta acima demonstra a divisão do pavimento térreo existente. Existem dois acessos liberados, sendo um principal para o público e um para as pessoas que estão em serviço.  Ao lado do acesso principal, temos a bilheteria ( a entrada no memorial é gratuita) onde são distribuídos ingressos de entrada, também gratuitos, para a pinacoteca.
No setor identificado como A tem uma amostra de cartazes da época da ditadura e documentos que foram recuperados, como por exemplo fixas originais do arquivo do DEOPS e livros que foram censurados na época que foram resgatados em sebos. 
No setor B além de ter uma maquete de como era a estruturação do DEOPS, tem telas interativas que possibilitam o aprendizado sobre termos e acontecimentos da época.
No setor D tem uma reprodução do arquivo com as fichas feitas em plásticos como se fossem “plaquinhas” que eu achei muito interessante e fiquei um tempão olhando. Também tem uns computadores com acesso ao site do memorial.
O setor C eu deixei por último pois é o mais “legal”! Me sinto até um pouco constrangida de falar assim afinal o que acontecia lá dentro não tinha nada de legal, mas foi a parte que eu estava mais ansiosa para conhecer e que definitivamente mais me marcou. Lá ficam localizadas as celas. Da esquerda para a direita cada cela é uma sensação diferente que variam entre angústias, lágrimas, respeito e claro, revolta.
Na primeira cela fotos da reconstituição do local estão nas paredes.Na segunda uma série de vídeos são projetados em homenagem aos milhares de presos, de desaparecidos e dos mortos pelo DEOPS. A terceira cela marcou bastante pois nas paredes haviam depoimentos dos próprios presos que resistiram a repressão, que participaram da reconstituição do local e fizeram questão de mostrar tudo o que passaram. Na “ultima” cela haviam fones de ouvidos onde nós pudemos escutar o depoimento dos “sobreviventes”. Essa é a parte mais emocionante. No centro da cela tem um caixote com um cravo vermelho em cima e a pouca iluminação da sala é voltada para ele. É uma sensação bem pesa entrar na cela depois de tudo o que foi visto e ver aquele cravo vermelho. Em um dos depoimentos uma senhora chamada Rose, disse que o natal foi um momento muito importante pra eles. Ela pediu a sua mãe que enviasse um bolo para que eles pudessem comemorar a data e também um buque de flores. A mãe lhe trousse um buquê de cravos vermelhos e ela distribuiu eles cela por cela.Ela conta que aquelas flores foram mais marcantes que o próprio bolo, pois há muito tempo eles não viam cor, não viam vida.
Esse depoimento acabou com o meu dia!!! É muito tudo muito triste, mas é bom saber que a luta deles nos levou a algum lugar. Pode não ser o melhor sistema, mas eu acredito que todo sistema tem falhas e por mais clichê que isso pareça cabe a cada um de nós fazer com que isso mude.
Apesar de ser uma visita forte eu recomendo. No 1º sábado de cada mês as pessoas que resistiram as torturas se reúnem lá no memorial e contam fatos sobre o que houve pra quem estiver interessado. Eu ainda não tive a oportunidade, mas pretendo ir assim que possível.


O Memorial da Resistência fica
 localizado no Largo General Osório,66 –Luz- São Paulo
Telefone: 3337-0185/ ramal 27
WWW.Pinacoteca.org.br
Entrada gratuita de terça à domingo das 10h às 17:30.